José António Castro

Um presidente na ribalta


José António Castro é um empresário dinâmico no Porto Santo.
Presidente da Associação Comercial e Industrial do Porto Santo desde a primeira hora, revela que está de saída para a Madeira.


Deixa a Madeira muito cedo. Em direcção ao Porto Santo. Tem seis/sete anos. Os pais vão algum tempo antes. José António Castro fica no Funchal com os avós maternos.
De início não encara bem a ida para a segunda maior ilha habitada da região autónoma. Mas chega a altura em que tem de ir.
Chega ao Porto Santo com a segunda classe (actual segundo ano de escolaridade). Estuda até completar o curso geral dos liceus, o máximo possível na ilha.
Paralelamente aos estudos, José António Castro pratica futebol. Joga no principal clube local: o PortoSantense. Por isso mesmo, beneficia de algumas regalias. Na escola pode sair mais cedo. Para treinar.
Chega a vir à experiência ao Marítimo pelas mãos do então presidente Honório de Sousa. Contudo, quando tudo se perspectiva para dar um passo significativo na carreira, os pais não deixam que se concretize. Consideram que é mais útil no Porto Santo a apoiá-los nos negócios.

No porto de abrigo

Antes de ir para a tropa é controlador de produção da empresa OPCA, que constrói o porto de abrigo da ilha. Trabalha junto do director da obra, o Eng.º Sequeira.
Cumpre o serviço militar na Madeira e em Portalegre, no continente, onde fica quatro meses. É Polícia do Exército.
Durante este período continua a ter algumas regalias em matéria de dispensas para poder jogar. Tem o grande apoio do presidente do clube, José Lino Pestana, e igualmente do coronel Morna do Nascimento, pela parte militar.
Termina a tropa e integra-se nos serviços portuários do Governo Regional.
Por ali fica cerca de 10 anos como agente de exploração. A desempenhar funções na coordenação dos portos.

A distribuição

Entretanto, surgem outras oportunidades.
O pai deixa a José António Castro a distribuição dos tabacos, e igualmente de outros produtos.  Decide seguir o seu próprio caminho.
Cria a empresa “Irmãos Castro”.
Mais tarde, surge a Associação Comercial e Industrial do Porto Santo. Os comerciantes locais vêem em José António Castro, pelos conhecimentos que tem na ilha e no exterior, a pessoa certa para ser o primeiro presidente da associação. Um cargo que mantém há nove anos.

A associação

A ideia de criar a associação surge pela mão de um conjunto de empresários. Liderados por João de Góis.
José António Castro mantém alguns negócios na distribuição, em parceria com o irmão. Além disso, mantém algumas parcerias com seus amigos, como seja o dr. Filipe Caldeira, no âmbito da consultadoria.
O empresário vê o Porto Santo crescer todos os anos. Vê a ilha usufruir das bases para o desenvolvimento. E das condições para os locais não terem de procurar outros destinos para um melhor ganha-pão.
Realidade que encontra mais a partir de 1977 com a autonomia regional.

A sazonalidade

José António Castro diz que não tem sido fácil ser empresário no Porto Santo. Admite que hoje começa a ser melhor.
Sublinha que, até há algum tempo, os transportes limitavam o desenvolvimento da ilha. Aponta os dedos à Tap que, em seu entender, nunca quis nada com o desenvolvimento do Porto Santo.
Não obstante, realça que houve a “feliz sorte” de surgir um grupo de empresários que quis apostar no mercado: a Porto Santo Line.
Hoje em dia, deixa claro que o Porto Santo continua a debater-se com um problema que diz ser gravíssimo: a sazonalidade. «Por muito que se faça, existem cinco/seis meses difíceis de gerir», sublinha.

Misericórdia e Rotary

José António Castro, além dos negócios e da ACIPS, é provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto Santo, que diz não estar a funcionar tal como gostaria. Debate-se com a falta de instalações. Mas adianta que o grupo de trabalho está a trabalhar no sentido de revitalizar toda essa questão.
A juntar a isto é vice-presidente do Clude Desportivo Porto-Santense e membro do Rotary Club de Porto Santo, em cuja organização diz dar muito de si sem pensar antes em si.
Há pouco tempo é-lhe atribuída nova função: director do Parque de Campismo do Porto Santo, onde está instalada a sede da associação.

O dia-a-dia

José António Castro levanta-se cedo. Passa pela empresa e, depois, entra na associação. O resto do dia é passado com muitas actividades. A trabalhar, que diz ser o gosta e sabe fazer.
Ao longo do tempo tem feito cursos de formação junto das escolas parceiras da ACIPS, na área do marketing e da gestão. São ensinamentos que admite ter vindo a ajudar a solucionar as questões do dia-a-dia.

Caça descarrega stress

No domínio dos “hobbies” tem uma casa na praia, onde gosta de conviver com os amigos. Mas falta tempo para ir mais vezes. Só o faz, normalmente, durante o mês de Agosto.
Continua a gostar de futebol, que acaba como desportista federado aos 25 anos. Gosta também de hóquei em patins, onde tem os dois filhos: a Marta e o Pedro. E gosta também de andar a pé.
Por outro lado, tem um gosto especial pela caça. Há 17 anos foi padrinho. O compadre acaba por incutir o gosto pela caça.
Hoje tem um grupo de amigos que esperam ansiosamente o mês de Outubro para fazer pontaria aos animais. Além de gostar do convívio que permite ao estar com os amigos, considera que a caça lhe permite descarregar o stress.
Cristão desde que se conhece, faz questão de ser praticante. Não dispensa a missa todos os fins-de-semana.

Regresso à Madeira

Em relação à Internet e ao correio electrónico, diz estar por dentro do funcionamento, mas deixa esse trabalho ao seu “staff”.
Quanto ao projecto da ACIPS, diz que o mandato acaba em Dezembro. Entende estar na altura de passar o testemunho. Reconhece gente jovem no comércio local com potencialidades e outras ideias para continuar e melhorar o trabalho desenvolvido.
Considera ter a associação a grande nível e bem posicionada. Num universo de 180 empresas conta com 167 associadas. E quando faz acções de sensibilização ou seminários consegue sempre as salas cheias, com 40/50 pessoas.
No global, e em jeito de balanço, considera ter feito um bom trabalho na associação. Um projecto onde salienta o contributo importante que tem recebido de Filipe Caldeira, o seu “braço direito”.
Agora, a ideia é sair do Porto Santo. Tem outras perspectivas para a sua vida profissional. Quer regressar à Madeira.
Apesar dos muitos vividos no Porto Santo sente-se madeirense. Contudo deixa bem claro que tem uma grande admiração pelo Porto Santo e pelas suas gentes. Aliás, admite que, por vezes, é mais porto-santense que alguns naturais da ilha.



2003-07-18

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